Em coletiva de imprensa em Genebra, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que surtos de mpox vĂȘm sendo reportados na RepĂșblica DemocrĂĄtica do Congo hĂĄ mais de uma década e que as infecções tĂȘm aumentado ao longo dos Ășltimos anos. Em 2024, os casos jĂĄ superam o total registrado em 2023 e somam mais de 14 mil, além de 524 mortes.
"A OMS vem trabalhando para conter os surtos de mpox na África e alertando que o cenĂĄrio é algo que deve preocupar a todos nós. Na semana passada, convoquei o comitĂȘ de emergĂȘncia para avaliar a situação na RepĂșblica DemocrĂĄtica do Congo e em outros paĂses na África. Hoje, o comitĂȘ se reuniu e informou que, em sua visão, a situação constitui emergĂȘncia em saĂșde pĂșblica de importância internacional."
Tedros lembrou que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças africano (CDC África) jĂĄ havia declarado o cenĂĄrio de mpox na região como emergĂȘncia em saĂșde pĂșblica de segurança continental. O anĂșncio foi feito ontem (13) pelo diretor-geral da entidade, Jean Kaseya, ao citar a rĂĄpida transmissão da doença na África.
"Aceitei a recomendação do comitĂȘ. A detecção e a rĂĄpida disseminação de uma nova variante de mpox na RepĂșblica DemocrĂĄtica do Congo, a detecção dessa mesma variante em paĂses vizinhos que não haviam reportado casos da doença anteriormente e o potencial de disseminação em toda a África e além são muito preocupantes", disse Tedros.
"EstĂĄ claro que uma resposta internacional de forma coordenada é essencial para interromper esses surtos e salvar vidas. Uma emergĂȘncia em saĂșde pĂșblica de importância internacional é o mais alto nĂvel de alarme na legislação sanitĂĄria", concluiu.
Em maio de 2023, quase uma semana após alterar o status da covid-19, a OMS declarou que a mpox também não configurava mais emergĂȘncia em saĂșde pĂșblica de importância internacional. Em julho de 2022, a entidade havia decretado status de emergĂȘncia em razão do surto da doença em diversos paĂses.
"Assim como com a covid-19, o fim da emergĂȘncia não significa que o trabalho acabou. A mpox continua a apresentar desafios de saĂșde pĂșblica significantes que precisam de resposta robusta, proativa e sustentĂĄvel", declarou, à época, o diretor-geral da OMS.
"Casos relacionados a viagens, registrados em todas as regiões, demonstram a ameaça contĂnua. Existe risco, em particular, para pessoas que vivem com infecção por HIV não tratada. Continua sendo importante que os paĂses mantenham sua capacidade de teste e seus esforços, avaliem os riscos, quantifiquem as necessidades de resposta e ajam prontamente quando necessĂĄrio", alertou Tedros em 2023.
A mpox é uma doença zoonótica viral. A transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animais silvestres infectados, pessoas infectadas pelo vĂrus e materiais contaminados. Os sintomas, em geral, incluem erupções cutâneas ou lesões de pele, linfonodos inchados (Ănguas), febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza.
As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com lĂquido claro ou amarelado, podendo formar crostas que secam e caem. O nĂșmero de lesões pode variar de algumas a milhares. As erupções tendem a se concentrar no rosto, na palma das mãos e na planta dos pés, mas podem ocorrer em qualquer parte do corpo, inclusive na boca, nos olhos, nos órgãos genitais e no ânus.
Fonte: AgĂȘncia Brasil e HOTFIX