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MĂ©todo Wolbachia reduz casos de dengue em Niterói

Por Circuito Araruama em 14/02/2024 às 20:54:43

Mosquitos com Wolbachia reduzem casos de dengue em Niterói - Foto: FlĂĄvio Carvalho/WMP Brasil/Fiocruz

"Teve muita desconfiança da população quando fomos fazer a soltura dos mosquitos na cidade. Poxa, todo mundo matando mosquito e Niterói vai soltar mosquito? Como assim? Nós fizemos um trabalho intenso com as lideranças comunitĂĄrias, com as associações de moradores, com a Federação das Associações de Moradores de Niterói, e elas nos apoiaram nesse convencimento junto à população para que os mosquitos pudessem ser soltos. Hoje, a gente tem uma situação menos dramĂĄtica do que em grande parte do Brasil", lembra a secretĂĄria de SaĂșde de Niterói, Anamaria Schneider.


Segundo a secretaria, os nĂșmeros apontam a redução de cerca de 70% dos casos de dengue, 60% de chikungunya e 40% de zika nas ĂĄreas onde houve a intervenção entomológica. Os casos foram caindo ano a ano. Em 2015, ano da implantação do projeto, foram confirmados 158 casos de dengue em Niterói. Em 2016, foram 71, em 2017, 87. Em 2018, houve um aumento para 224 pacientes confirmados com a doença, mas o nĂșmero caiu no ano seguinte, quando foram registrados 61 casos. A partir de 2020, com 85 casos, os nĂșmeros caĂ­ram a cada ano, com 16 em 2021 e 12, em 2022. Em 2023, foram confirmados 55 casos de dengue na cidade. Até o momento são cerca de 30 casos suspeitos.

O trabalho foi iniciado em 2015 com uma ação piloto no bairro Jurujuba. Em 2017, o método Wolbachia chegou a 33 bairros das regiões das praias da BaĂ­a e Oceânica. Em 2023, Niterói se tornou a primeira cidade brasileira com 100% do território coberto pelo método Wolbachia.

Mesmo com o Wolbito, o municĂ­pio não abandonou as ações de prevenção e monitoramento, que são realizadas ao longo de todo o ano.

"É um trabalho contĂ­nuo, não para. Nós temos 300 agentes de endemias que fazem visitas em 5 mil imóveis diariamente. A gente tem um grupo que visita só imóvel abandonado. Eles conseguem entrar em imóveis que ninguém tem acesso. A gente visita porque tem muitos focos de mosquitos. Nessa época, aumentam as denĂșncias da população, mas é um trabalho rotineiro, durante todo o ano", explica, Schneider.

Cidades com Wolbito

Mosquitos com Wolbachia reduzem casos de dengue em Niterói - Foto: FlĂĄvio Carvalho/WMP Brasil/Fiocruz

O método, que tem origem na AustrĂĄlia, é aplicado no Brasil porque o paĂ­s integra, desde 2014, o rol de 11 paĂ­ses que compõem o Programa Mundial de Mosquitos, em inglĂȘs World Mosquito Program (WMP). No Brasil, é conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com financiamento do Ministério da SaĂșde em parceria com governos locais. Atualmente, as cidades jĂĄ incluĂ­das na pesquisa são Campo Grande (MS), Petrolina (PE), Belo Horizonte, Niterói e Rio de Janeiro.

Este ano, o método chegarĂĄ a mais seis cidades: Natal, Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC).

O método, no entanto, não tem resultado imediato e precisa ser associado a outras ações para combater a doença. "O método Wolbachia não é um método de ação imediata, como é um inseticida, por exemplo, que vocĂȘ aplica e mata o mosquito. A Wolbachia é preventiva. A gente precisa cobrir um território, aguardar esse estabelecimento dos mosquitos. Acaba sendo algo preventivo, de médio prazo, porque a gente precisa estabelecer, fazer todo o processo e aguardar um tempo para que os resultados sejam vistos", explica o lĂ­der de operações da WMP Brasil, Gabriel Sylvestre.

Segundo ele, em cerca de 2 anos, é possĂ­vel observar os resultados do método. No entanto, ele não deve ser a Ășnica forma de combate à dengue e às demais doenças. "O método Wolbachia não pode ser pensado de uma forma Ășnica. É preciso que haja esse esforço coletivo, tanto do poder pĂșblico quanto da população. AĂ­ a gente entra como mais uma força nesse combate", enfatiza.

Apesar de também ter recebido o Wolbito, a cidade do Rio de Janeiro estĂĄ em situação diferente da do municĂ­pio vizinho. A cidade declarou situação de emergĂȘncia devido ao aumento do nĂșmero de internações por suspeita de dengue.

No Rio, o Wolbito foi liberado apenas em algumas regiões e não em toda a cidade como em Niterói.

"São dados muito complexos de serem analisados. Isso vai depender, em grande parte, da dimensão do projeto. Em Niterói, a cidade inteira participou do projeto. Então, toda a cidade, cada bairro, tem Wolbito estabelecido. Isso garante uma proteção na cidade como um todo. O impacto acaba sendo mais relevante, mais forte do que em uma cidade com a complexidade que tem o Rio de Janeiro. E a gente não conseguiu chegar em grandes proporções da cidade do Rio ainda", explica Sylvestre.

Arte/EBC

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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