Agora, a Conitec tem o prazo de 180 dias (prorrogĂĄveis por mais 90 dias) para a anĂĄlise da proposta. Um caso que ficou conhecido da doença recentemente foi o do menino Pedro, de 5 anos de idade, filho da antropóloga Beatriz Matos e do indigenista Bruno Pereira, assassinado em 2022. O neuroblastoma é o terceiro tipo de câncer infantil mais recorrente e representa de 8% a 10% de todos os tumores infantis.
"Reafirmamos nosso compromisso de construção para acesso pĂșblico pleno desta imunoterapia", apontou o laboratório em nota. No documento, a empresa defendeu que o medicamento é recomendado para neuroblastoma de alto risco por agĂȘncias internacionais de avaliação de tecnologias de saĂșde como do Reino Unido, da Escócia, da Irlanda, da Bélgica, da Suécia, da Polônia, da AustrĂĄlia, de Taiwan e de Hong Kong para o tratamento dos pacientes.
No Brasil, a Anisa autorizou o uso do medicamento em 2021, mas sem aprovação da Conitec, o tratamento só é possĂvel na rede privada.
O remédio, conforme defende o laboratório, é indicado para pacientes a partir dos 12 meses, e que jĂĄ foram tratados com quimioterapia de indução "e que tenham alcançado pelo menos uma resposta parcial, seguida de terapĂȘutica mieloablativa e transplante de células tronco; bem como em pacientes com história de recidiva ou neuroblastoma refratĂĄrio, com ou sem doença residual".
O Qarziba, conforme argumenta a empresa farmacĂȘutica, foi utilizado em estudos clĂnicos desde 2009 em 126 centros em mais de mil pacientes em 18 paĂses. "A imunoterapia anti-GD2, como é o Qarziba, não apenas melhora a sobrevida, como também reduz o risco de que todos os tratamentos anteriores pelos quais esses pacientes passam falhem com recidiva".
Em reportagem publicada pela AgĂȘncia Brasil no Ășltimo dia 5, a oncologista Arissa Ikeda, do Instituto Nacional do Câncer, contextualizou que, na Ășltima década principalmente, existiu um grande esforço para a melhoria dos tratamentos dessas crianças.
O tratamento é considerado pela médica uma evolução importante no tratamento contra o neuroblastoma. Ela explica que os tratamentos mais longos envolvem perĂodos de oito meses a mais de um ano.
FamĂlias tĂȘm relatado as dificuldades de terem acesso a esses medicamentos de alto custo. Muitas vezes, é necessĂĄrio recorrer a vaquinhas para conseguir arrecadar os recursos, jĂĄ que o pedido a planos de saĂșde ou à rede pĂșblica por meio da Justiça é demorado.
Na semana passada, o ministério da SaĂșde divulgou que "acompanha e apoia com o mĂĄximo interesse as pesquisas e os avanços tecnológicos para tratamentos que podem ser incorporados ao SUS".
Até aquele momento, o governo havia divulgado que nenhuma empresa havia solicitado incorporação de novo medicamento para tratamento da neuroblastoma no SUS. "A pasta jĂĄ se reuniu com o laboratório fabricante para demonstrar a possibilidade de anĂĄlise pela Conitec e estĂĄ pronta para iniciar o processo de avaliação, assim que a empresa solicitar a incorporação", explicou o ministério na ocasião.
Fonte: AgĂȘncia Brasil