"Vamos implementar, mais uma vez, o Plano Nacional do Livro e Leitura, no sentido de fazer com que o Brasil se torne uma sociedade leitora", disse o diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério da Cultura, Jéferson Assumção, em entrevista ao programa Brasil em Pauta, que vai ao ar neste domingo (30), na TV Brasil.
Cinco princĂpios nortearão o plano de 2023 a 2033. O primeiro é fazer com que o livro esteja mais presente no cotidiano das pessoas, de forma que se tenha a sociedade pensando o livro, a leitura e a literatura. Outro é trabalhar nas escolas a formação de leitores, não apenas do ponto de vista funcional, para passar no vestibular, mas de forma cultural para que o hĂĄbito de ler seja criado e permaneça.
Os outros princĂpios que nortearão o plano nacional são o incentivo à leitura em famĂlia; a ampliação do nĂșmero de bibliotecas no paĂs, para facilitar o acesso aos livros, e a busca de meios para viabilizar a redução do preço do livro, para ampliar o acesso a esse bem cultural.
"Pesquisas mostram que quando o brasileiro sai da escola, deixa de ler; quando sai da universidade, deixa de ler", disse o diretor do Ministério da Cultura.
A biblioteca é o equipamento cultural mais bem distribuĂdo no Brasil, de acordo com Jéferson Assumção. Mas vĂĄrias unidades foram fechadas no perĂodo da pandemia da covid-19 e ainda não reabriram. "Hoje, temos um cĂĄlculo, que ainda precisa ser atualizado, que é de cerca de 800 bibliotecas que fecharam durante a pandemia, e é um grande desafio reabrir essas bibliotecas", disse.
Segundo Jéferson, em 2003 havia 1.170 municĂpios sem biblioteca, mas foi possĂvel contemplar todos os municĂpios. "O Brasil precisa voltar a zerar o nĂșmero de municĂpios brasileiros sem biblioteca, vamos ter que voltar a reabrir bibliotecas pelo Brasil", disse Jéferson Assumção.
O desafio, segundo Jéferson, é alcançar novamente essa marca de todos os municĂpios com bibliotecas, sob uma nova perspectiva na qual os equipamentos não sejam depósito de livros, mas centros culturais e espaços de tecnologia.
"Precisamos sempre mexer com a ideia de biblioteca, tirar uma e colocar outra, e essa outra é um centro cultural, um lugar onde as coisas acontecem de um modo articulado entre o livro e as novas tecnologias e também o presencial, o teatro, o cinema. Ou seja, a biblioteca precisa ser vista como um lugar de encontros, de composição entre tecnologias e interação entre as pessoas".
Fonte: AgĂȘncia Brasil