"A vacina monovalente, como o próprio nome diz, tem um tipo só do vĂrus que causa a covid. Ela foi originalmente desenhada com aquele chamado vĂrus ancestral, o primeiro que apareceu na China no fim de 2019. Então, todas as vacinas que a gente tinha e usou até agora eram monovalentes, independentemente do laboratório fabricante", explicou o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Juarez Cunha.
"Essas populações, do que a gente tem nesses trĂȘs anos de pandemia, são as pessoas que mais sofreram e mais sofrem com a doença. É importante termos um planejamento porque não tem vacina suficiente para incluir toda a população com a bivalente. A tendĂȘncia é que, com o passar do tempo, a gente vĂĄ aumentando os grupos que vão receber."
No Brasil, duas vacinas bivalentes, ambas produzidas pelo laboratório Pfizer, receberam autorização da AgĂȘncia Nacional de Vigilância SanitĂĄria (Anvisa) para uso emergencial. Elas são indicadas como dose Ășnica de reforço para crianças e adultos, após dois meses da conclusão do esquema vacinal primĂĄrio, ou como Ășltima dose de reforço.
"Para quem é recomendada a bivalente? Só como reforço. Para pessoas que foram plenamente vacinadas com o esquema primĂĄrio que, em geral, são duas doses ou dose Ășnica. Mesmo para aquelas que jĂĄ fizeram a terceira e a quarta doses, dois reforços", disse Juarez. "Essas pessoas que tĂȘm essa vacinação jĂĄ feita, desde que tenham se passado quatro meses da Ășltima dose, podem receber a bivalente."
O ministério reforça que as vacinas monovalentes contra a covid-19 seguem disponĂveis em unidades bĂĄsicas de SaĂșde (UBS) para a população em geral e são classificadas como "altamente eficazes contra a doença", garantindo grau elevado de imunidade e evitando casos leves, graves e óbitos pela doença.
"A aplicação da bivalente não significa que as vacinas monovalentes não continuam protegendo. Elas continuam protegendo, mesmo para a variante Ômicron, mas, claro, tendo a possibilidade de uma vacina desenhada mais especificamente para a variante circulante, a tendĂȘncia é termos melhor resposta."
*Colaborou Priscilla Mazenotti, da RĂĄdio Nacional.
Fonte: AgĂȘncia Brasil