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PGR se manifesta contra autorização para viagem de Bolsonaro aos EUA

Ministro Alexandre de Moraes, do STF, irĂĄ decidir sobre caso

Por Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência em 16/01/2025 às 12:40:30
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O procurador-geral da RepĂșblica, Paulo Gonet, se manifestou contra a liberação temporĂĄria do passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro, retido desde o ano passado, para que ele possa viajar aos Estados Unidos (EUA), onde pretende participar da posse de Donald Trump na presidĂȘncia norte-americana.

Em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o chefe do Ministério PĂșblico Federal (MPF) sustenta que o ex-presidente não demonstrou a necessidade imprescindĂ­vel nem o interesse pĂșblico da viagem.

"Não hĂĄ, na exposição do pedido, evidĂȘncia de que a jornada ao exterior acudiria a algum interesse vital do requerente, capaz de sobrelevar o interesse pĂșblico que se opõe à saĂ­da do requerente do paĂ­s. A situação descrita não revela necessidade bĂĄsica, urgente e indeclinĂĄvel, apta para excepcionar o comando de permanĂȘncia no Brasil, deliberado por motivos de ordem pĂșblica", diz a manifestação.

O PGR também observou que o ex-presidente não possui status de representação do paĂ­s.

"Não hĂĄ, tampouco, na petição, evidĂȘncia de interesse pĂșblico que qualifique como impositiva a ressalva à medida de cautela em vigor. É ocioso apontar que o requerente não exerce função que confira status de representação oficial do Brasil à sua presença na cerimônia oficial nos Estados Unidos".

Na Ășltima semana, a defesa de Bolsonaro solicitou que o STF autorizasse a devolução do passaporte para que ele pudesse viajar aos Estados Unidos entre os dias 17 e 22 de janeiro, a fim de acompanhar a posse de Trump, agendada para ocorrer no dia 20, em Washington.

Em sua primeira manifestação sobre o pedido, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou aos advogados do ex-presidente que apresentassem à Corte um documento oficial, do governo dos Estados Unidos, para comprovar que Bolsonaro foi formalmente convidado para a cerimônia de posse do presidente estadunidense.

Segundo Moraes, a defesa apenas havia copiado um email enviado ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, por um endereço eletrônico não identificado e sem detalhes da cerimônia de posse.

Em resposta, a defesa do ex-presidente reiterou o pedido original, alegando que o domĂ­nio do endereço de email informado é temporĂĄrio e alusivo à organização da posse, o que seria comum nas posses presidenciais dos EUA.

Os advogados de Bolsonaro também enfatizaram a importância internacional do evento e que a viagem do ex-presidente não iria atrapalhar o andamento das investigações contra ele.

Agora, com a manifestação da PGR, o ministro Alexandre de Moraes deve tomar a decisão se autoriza ou não a devolução temporĂĄria do passaporte de Bolsonaro.

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O ex-presidente teve o passaporte apreendido em fevereiro de 2024, no âmbito da Operação Tempus Veritatis, da PolĂ­cia Federal (PF), que investiga uma organização criminosa suspeita de atuar para dar um golpe de Estado e abolir o Estado DemocrĂĄtico de Direito no Brasil com o objetivo de obter vantagens de natureza polĂ­tica, mantendo o ex-presidente no poder.

Desde então, a defesa do polĂ­tico jĂĄ tentou reaver o documento em ao menos duas ocasiões, mas teve os pedidos recusados pelo ministro Alexandre de Moraes.


Fonte: AGENCIA BRASIL

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