O movimento da Fundação do Câncer faz parte da campanha da Organização Mundial da Saúde (OMS) Proteger as crianças da interferência da indústria do tabaco, que visa evitar a formação de novos fumantes.
Pressão
Maltoni destacou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) manteve a proibição de entrada no Brasil do cigarro eletrônico, mas admite que há uma pressão imensa por parte das indústrias de tabaco no sentido de formação de novos fumantes, "o que traz um risco grande para a população mais jovem e mais vulnerável".
Para comemorar o Dia Mundial sem Tabaco, a fundação optou por lançar o #movimentovapeOFF para passar a mensagem para os jovens que isso é ruim, com conteúdo importante sobre os malefÃcios que esses dispositivos trazem.
"A ideia do movimento é mobilizar de fato a sociedade, entidades públicas e privadas, para a gente vir juntos nessa causa, com objetivo de oferecer um futuro saudável para os nossos jovens. É por isso que estamos fazendo esse chamado de vir com a gente nesse movimento e se tornar um vapeOFF", disse Maltoni à Agência Brasil.
Maltoni lembrou que não há nenhuma publicação cientÃfica que comprove a eficácia da utilização do cigarro eletrônico como instrumento para parar de fumar. "Pelo contrário. Só tem riscos. Há um volume de substâncias tóxicas, de substâncias cancerÃgenas e, sobretudo, um percentual de nicotina alto, que leva à dependência".
Ele avalia que o grande desafio do movimento é chegar na população que está se formando e é vulnerável à entrada no vÃcio e se transformar em um tabagista. "Acho que o grande desafio do movimento é mobilizar e informar, trazer questões claras".
Desafio
Pesquisa do Ministério da Saúde revela que mesmo proibido no paÃs, o cigarro eletrônico já foi experimentado por cerca de 1 milhão de brasileiros, dos quais 70% são jovens na faixa etária de 15 a 24 anos.
Segundo o epidemiologista e consultor médico da Fundação do Câncer Alfredo Scaff, "além dos diversos malefÃcios, há uma prevalência de que crianças e adolescentes que usam vapes têm duas vezes mais probabilidade de fumar cigarros tradicionais na vida adulta".
"Eles estão nos apoiando a construir um segundo movimento, um segundo desafio universitário para o Brasil todo, que é, justamente, a gente estimular o desenvolvimento de projetos que cheguem nos mais jovens até o nÃvel secundário escolar, que possam sensibilizá-los, utilizando o linguajar dos jovens para que eles entendam que o cigarro eletrônico é tão ruim ou pior que o cigarro convencional", disse Scaff.
Mortes
De acordo com a OMS, há 1,3 bilhão de usuários de tabaco em todo o mundo. O tabaco mata cerca de 8 milhões de pessoas por ano, sendo mais de 7 milhões de fumantes ativos e em torno de 1 milhão de não fumantes passivos. Desse total, 1 milhão óbitos ocorrem nas Américas. A expectativa de vida dos fumantes é, pelo menos, 10 anos mais curta do que a dos não fumantes.
Agência Brasil